quinta-feira, 29 de julho de 2010

Gestão de Pessoas: Descobrindo e Retendo Talentos


Uma equipe de funcionários talentosos é imprescindível na busca do sucesso pelas organizações. Até porque, uma das principais medições que se faz ao determinar o valor de um negócio, relaciona-se ao seu patrimônio humano, responsável, em última análise, pelo seu capital intelectual.
Identificar e desenvolver funcionários talentos, na organização, é tarefa simples se comparada à ação que se deve empreender para retê-los.
Quando falamos de "funcionário talento" vem-nos à mente a idéia do funcionário super-especial, do gênio, daquele capaz de revolucionar o negócio, através de uma brilhante invenção relacionada aos produtos ou aos serviços prestados pela organização.
Necessariamente, um funcionário talento, não precisa ser um gênio ou criar coisas novas e interessantes, o tempo todo.
De verdade, o termo "talento", na administração de pessoas, tem sido utilizado para denominar aquele funcionário que, além de apresentar atitude na execução do trabalho, demonstra conhecimento, habilidade e potencial criativo e inovador.
Partindo desta premissa, podemos afirmar que o talento na organização pode, também, ser desenvolvido.

A ATITUDE, ou seja, o querer fazer, refere-se à iniciativa, à vontade do funcionário em implementar as ações previstas e necessárias, no desenvolvimento de seu trabalho, sem que seja preciso ser "dirigido", o tempo todo, pelo gestor. Esta característica, não obstante estar relacionada às funções intrínsecas da motivação do ser humano, pode ser despertada e desenvolvida através de procedimentos externos - funções extrínsecas da motivação -, quais sejam, o treinamento e o reconhecimento.

O CONHECIMENTO, isto é, o saber fazer, refere-se ao potencial de capacidade do funcionário para desenvolver as ações que lhe são confiadas, sendo adquirido, através dos treinamentos, do desenvolvimento pessoal, da cultura partilhada e compartilhada em sua experiência profissional e do próprio processo acadêmico ao qual tenha se submetido

A HABILIDADE, ou seja, o poder fazer, refere-se à efetividade na implementação das ações, àquela "sintonia fina", ao traquejo na execução das tarefas, adquirida, também, através da experiência, do treinamento e do desenvolvimento humano.

Entendemos a COMPETÊNCIA como o somatório destes três pilares. Se adicionarmos a criatividade aos pilares Atitude, Conhecimento e Habilidade, teremos, de fato, um funcionário talento na organização.


Em relação à CRIATIVIDADE, é preciso compreendê-la além da visão, um tanto quanto simplista proposta por estudiosos da Antigüidade, que a concebiam como algo relacionado ao "divino" ou à "loucura".
Escapando aos tormentosos caminhos da psicologia, podemos afirmar que, no âmbito das organizações, a criatividade relaciona-se à geração de idéias para o desenvolvimento de produtos, de serviços, à busca de soluções de problemas para a melhoria dos processos e serviços.
A criatividade também pode ser desenvolvida, considerado o melhor suporte para a produção e armazenamento do conhecimento, ou seja, através da tecnologia e de infra-estrutura adequada, proporcionando aos funcionários um ambiente propício e, ainda, por uma estrutura organizacional mais flexível, que privilegie, por exemplo, a informalidade e a interdisciplinaridade.
Pessoas de talento, pessoas criativas possuem, via de regra, características de personalidade relacionadas à autonomia, à auto-suficiência, à independência. Costumam ser engenhosas, aventurosas, intrometidas e ousadas.
Quando falamos que não é uma tarefa muito simples o de retê-las na organização, referimo-nos à quebra de paradigmas, pelo menos na maior parte das organizações, necessária para gerir funcionários, com características como as descritas acima, creditadas aqueles de personalidade criativa.
Ora, se afirmamos que pessoas talentosas e criativas são, em geral, autônomas e independentes, é lógico supor que teriam dificuldade em se adaptar a uma administração centralizadora, formal e burocratizada. Onde há autonomia, não pode haver subordinação exagerada, que limita a criatividade, posto que inibe a iniciativa.
Não é por outra razão que várias corporações internacionais, mormente aquelas que lidam com produtos ou serviços de altos componentes criativos, como a indústria de informática, vêm paulatinamente abolindo certos paradigmas, antes tidos como demonstrativos de eficiência e boa gestão administrativa, tais como horários rígidos, vestuário e comportamentos sóbrios, presencismo, agendas, reuniões improdutivas, organogramas, fluxogramas etc.
Funcionários talentosos não se adaptam às estruturas ortodoxas. Em geral, são meio irreverentes, avessos ao formalismo exagerado, avessos a horários rígidos, até meio excêntricos e indisciplinados, diríamos.
Todavia, o potencial criativo de que dispõem compensam as possíveis intempéries que costumam provocar!
Desconsiderando-se os "exageros" das estruturas "extremamente rígidas" e os das "perigosamente flexíveis", é possível criarmos um ambiente organizacional que propicie o desenvolvimento e a manutenção dos talentos.
Afinal, se a vida imita a arte, podemos também nos inspirar nos artistas, talentosos por definição...
E quem não gostaria de trabalhar com um Miró, com um Dalí...
Sempre tão irreverentes...
Ou então, que tal um Einstein... Dando língua para todos, com os cabelos espetados parecendo que acabara de acordar


Prof. Eugênio Maria Gomes
Pró-Reitor de Administração
Centro Universitário de Caratinga-UNEC

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